Sambar é muito mais do que dançar — é um encontro consigo mesma, uma forma de expressão e um mergulho na cultura brasileira. As aulas de samba são um convite para que corpo e mente se movimentem juntos, despertando alegria, autoconfiança e conexão com as raízes culturais do nosso país.
Fisicamente, o samba é um excelente exercício: melhora a postura, aumenta o condicionamento físico, fortalece pernas e glúteos, ativa a musculatura do abdômen e ajuda na coordenação motora. Cada passo de samba é um treino completo de equilíbrio, resistência e ritmo, sem deixar de lado o prazer de se movimentar ao som da bateria. Além disso, é uma atividade que queima calorias, melhora a circulação e libera endorfina, trazendo aquela sensação deliciosa de bem-estar depois da aula.
Mas os benefícios não param no corpo — o samba é um presente para a mente. Ele ajuda a aliviar o estresse, traz autoconfiança, desperta a feminilidade e promove uma sensação de liberdade. Em um mundo acelerado, o momento da aula é um espaço para desligar das preocupações, focar no aqui e agora e se permitir viver a alegria da música e do movimento.
Como professora de samba, faço questão de criar um ambiente acolhedor, leve e divertido. Minha didática é voltada para que cada aluna descubra seu próprio estilo, respeitando o tempo de aprendizado de cada uma. Eu gosto de trabalhar desde a base — ensinando os fundamentos do samba no pé, postura, elegância, gingado — até as combinações e coreografias mais elaboradas. Minhas aulas misturam técnica, musicalidade e muito incentivo, porque acredito que toda mulher pode aprender a sambar e se sentir poderosa na avenida, no palco ou na vida.
Para mim, cada aula é uma troca. Eu ensino, mas também aprendo com minhas alunas — suas histórias, seus desafios e suas conquistas me inspiram a ser uma professora cada vez melhor. É por isso que, além de técnica, levo para as aulas alegria, motivação e o desejo de que cada uma saia dali sentindo-se mais feliz, confiante e conectada consigo mesma.
E essa história ganhou um capítulo ainda mais especial com a entrada da minha filha, Alessandra Martins, a nossa Lelê Martins. Minha herança mais preciosa, ela carrega tudo o que ensino e já começa sua caminhada de forma ainda mais avançada. Lelê foi passista mirim da nossa escola de samba, hoje é musa, professora e parte fundamental do nosso projeto Viva o Samba na Rocinha, atuando ativamente na formação de novas sambistas. É um orgulho imenso ver o legado continuar nas mãos dela, que, com seu talento e carisma, inspira outras mulheres e meninas a encontrarem no samba a mesma alegria e força que encontramos.
Seja você iniciante ou já experiente, o samba é para todas. É para quem quer se exercitar, para quem busca um hobby, para quem sonha desfilar no Carnaval ou simplesmente para quem quer celebrar a vida. Aqui, o ritmo é de acolhimento, aprendizado e empoderamento.
Cria da Rocinha, Alessandra Martins — mais conhecida como Lelê Martins — iniciou sua trajetória no samba aos 9 anos, na escola mirim Borboleta Encantada, da Acadêmicos da Rocinha. Desde então, construiu uma história marcada pela paixão e entrega ao carnaval. Hoje, é professora de samba no pé, musa da Acadêmicos da Rocinha e passista da Unidos de Vila Isabel, levando com orgulho suas raízes e a força do samba.